sábado, 25 de setembro de 2010

e agora?

Eu ia começar a escrever esse post falando de desespero...mas achei melhor pensar direitinho e ver que não tenho motivo para tal. Ando preocupada, mas ao mesmo tempo venho evoluindo muito com minhas leituras. 

As aulas de ISH (Intervenções em Sitios Historicos) que estão ocorrendo aos sabados em Olinda, tão me fazendo muito bem. Indo pra lá eu consigo respirar um pouco do meu tema e imaginar muitas coisas. Além do que, é uma ótima hora pra pescar informações importantes que preciso já que quem dá a aula é o professor que escolhi pra ser meu orientador no TFG. Hoje conversamos um pouco sobre produção do carnaval. Quem faz? faz pra quem? por que/ ficamos discutindo se o tema da minha proposta seria um museu ou um algo como um centro para difundir as artes do carnaval, ou os dois...fiquei de pensar e pesquisar à respeito. 

Eu ando meio confusa porque ainda não conheço o espaço interno do casarão que vou trabalhar to dependendo do arquivos de Antenor e do arquiteto da SEPAC, que ta de ferias ou algo do tipo. Fico com medo de ficar planejando coisas e quando tiver com a área do casarão não poder incluir tudo lá, já que não posso construir anda novo. Mas foi bom ter ido lá em Olinda hoje. O casarão tá completamente abandonado e fechado, tava pensando como ia conseguir entrar lá um dia pra fotografar e tal, e descobri um acesso pela casa vizinha, tinha um monte de pivetes brincando la hoje...quando eu for lá de novo vo tentar fazer amizade uehueheu!

e Olinda tava assim hoje:


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Porque?




Não queria que meu tema se justificasse apenas pela minha vontade de fazer!


Ao dar início às minhas leituras - as iniciais foram sobre história do carnaval no geral - decidi parar tudo e ir pesquisar, antes de mais nada, sobre qualquer coisa que me ajudasse a entender essa história toda de patrimônio e conservação, já que é um tema médio novo pra mim. Ainda estou lendo sobre isso, tô com alguns textos do CECI, de alguns professores la do CAC e outras coisas do IPHAN.

Lembrei da época em que trabalhei no Laboratório da Paisagem da UFPE, e se tem uma das coisas que aprendi com Ana Rita foi a tal da história da conservação das praças de Burle Marx. Lembrei que li e reli cartas patrimoniais, mais especificamente a Carta de Florença (1981) - que trata da conservação e proteção de jardins históricos - e é uma complementação da Carta de Veneza (1964) - que trata da conservação e restauração de monumentos e sítios históricos. Reli tudo novamente e fui em busca de outras cartas. Achei todas no site do IPHAN, entre elas encontrei a Recomendação de Paris, que foi redigida na Conferência Geral da UNESCO em novembro de 1989 e trata de uma recomendação sobre a salvaguarda da cultura tradicional e popular. 

HUMMMMM

Nela tem assim:  

" Considerando que a cultura tradicional e popular forma parte do patrimônio universal da humanidade e que é um poderoso meio de aproximação entre os povos e grupos sociais existentes e de afirmação de sua identidade cultural, ... 

... Aprova a seguinte Recomendação, no dia 15 de novembro de 1989: 

A. Definição da cultura tradicional e popular

Atendendo à presente recomendação:
A cultura tradicional e popular é o conjunto de criações que emanam de uma comunidade cultural fundadas na tradição, expressas por um grupo ou por indivíduos e que reconhecidamente respondem à expectativas da comunidade enquanto expressão de sua identidade cultural e social ... ... Suas formas compreendem, entre outras, a língua, a literatura, a música, a dança, os jogos, a mitologia, os rituais, os costumes, o artesanato, a arqutietura e outras artes.

C. Conservação da cultura tradicional e popular

A conservação se refere à documentação relativa às tradições vinculadas à cultura tradicional e popular, e seu objetivo, no caso da não utilização ou de evolução destas tradições, consiste em que os pesquisadores e os detentores da tradição possam dispor de dados que lhe permitam compreender o processo de modificação da tradição. ... ... Para isso conviria que os Estados-membros:

- Estabelecessem serviços nacionais de arquivos onde a cultura tradicional e popular, recompilada, pudesse ser armazenada adequadamente e ficar disponível...

- Criassem museus ou seções de cultura tradicional e popular nos museus existentes onde esta possa ser exposta;
... "

YES!

Recomendação de Paris EU TE AMO (L) 

Claro que posso considerar o Carnaval, principalmente o daqui de Pernambuco, como uma cultura tradicional e popular né? Agora eu só ando no meu desespero normal...Preciso produzir, escrever meus textos, tô me sentindo uma anta empacada. E tenho que agilizar muito isso, já que à partir da semana que vem eu to off desse mundo de TFG por alguns muitos dias, e isso não é bom!




No post passado eu esqueci que tinha foto do casarão que eu escolhi pra trabalhar é esse aqui do lado. Bonito né?












E pelo menos pra alguma coisa meu TFG já serviu!


Por Luiz do monte:




Ano que vem estão todos convidados ao BEBERICAR


BEBERICAR - Bloco Etílico Babilonico Exuberante Revolucionario Inebriante Carnavalesco ANTENOR É REI.

Concentração no sábado, às 14h na frente do CECI.
A saída não vai ser feita, porque aderimos a filosofia do maracatu de baque parado.
Vamos apenas bebericar!

Hino do bloco:

Olinda, quero fazer em ti - prospecçããão!
Os teus beirais eu não vou derrubar
Vou fazer intervenção para te melhorar
Minha Olinda sem iguaaal...
Só te pinto com caaaaaaaaaaaaaaaaaal!

quem me conhece sabe o quanto eu morri né?



terça-feira, 21 de setembro de 2010

onde?

Escolher o lugar do TFG foi o pior de tudo, acho que até pior que escolher o tema em si, eu, definitivamente, tinha uma grande problemas em mãos hehehehe... A primeira coisa que eu pensei foi qual lugar os turistas costumam frequentar? qual o lugar mais turístico de Recife? RECIFE ANTIGO CLARO (Figura 01)!

Local de maior concentração de manifestações de qualquer espécie nessa cidade! Local que nasceu o Recife, lugar de grande importância histórica e tal. É pra lá que a galheres toda vai, é LÁ que acontece o carnaval da cidade, MARCO ZERO galheres, que obvio! então tá, fui atrás de possíveis terrenos naquela região, pesquisei, pesquisei, pesquisei...acabei por me deparar com 4 terrenos que me trariam soluções projetuais totalmente distintas, claro, mas eu falo mais na questão de escolha de programa e dimensionamento, os terrenos são totalmente diferentes em relação a área e levando em consideração que estão todos atingidos pela mesma legislação urbanistica com coeficiente de utilização super baixo. Os terrenos estão listados na imagem abaixo:

1 - Terreno na Av. Barão de Rio Branco, com 584m² 
2 - Terreno em frente ao Downtown Pub (esqueci a área agora)
3 - Terreno em frente ao Armazem 14 com 852m² 
4 - Terreno ao lado do Armazem 14 com 3655m² 

Bem seguindo a Lei de uso e ocupação do Solo do Recife os 4 terrenos estão inseridos na ZEPH - Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural e no SPR - Setor de Preservação Rigorosa - O SPR é constituído por áreas de importante significado histórico e/ou cultural que requerem sua manutenção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante do conjunto. Os terrenos estão inseridos, ainda no SIC - Setor de Intervenção Controlada o que me condiciona à um coeficiente de utilização de 2,4!

Não cheguei a realizar um pré-dimensionamento de área do meu projeto mas essas diretrizes urbanísticas poderiam me limitar demais, no caso de escolher os terrenos 1, 2 ou 3, já no caso do terreno 4 eu teria que desconsiderar totalmente as legislações em vigor, já que segundo ela, nesse caso, eu teria que ter um recuo de 25m (se não me engano) das frentes d'água eeerrrr, bem complicado como vocês podem ver!

Não tava convencida : ~~~ tava faltando alguma coisa pra mim!

Mas foi num encontro aleatório com um professor da UFPE que tudo mudou! Quando falei o tema do TFG pra ele, ele automaticamente associou o tema à um lugar e falou; " que tema ótimo, Olinda tá precisava de ter sua cultura divulgada" dãããã CLARO MINHA GENTE! Olinda, como eu não tinha pensado nisso antes? hein? hein?

Olinda e Recife (figura 03) eu considero uma coisa só, Olinda é quase um bairro de Recife pra mim, de tão perto que são. Fico arretada quando alguém fica espantado quando digo que vou ali em Olinda tomar um licorzinho em Seu Fernando, peraí po, aqui do lado.

Então, Olinda né? dei pulinhos de alegria quando fiquei imaginando meu TFG lá, gosto demais daquela cidade! Recomecei a luta em busca de terrenos. Pra mim teria que ser algo no sítio histórico mesmo, não pensei em outra coisa. Daí pensei de cara num terreno mega fera e super desafiador, do jeito que eu gosto, tô sem imagem aqui, mas pra quem connhece era aquele terreno em frente ao MAC ( Museu de Arte Contemporânea de Olinda), aquele ali inclinadinha, bonitinho, que no carnaval todo mundo corre pra lá pra se abrigar na sombra das árvores. Pois bem, a idéia era criar uma praça ali no lugar das árvores, pra continuar cumprindo sua função e logo mais pra cima tem um terreno da COMPESA, todo murado e que não tem nada dentro! O terreno é uma jóia, ainda teria a possibilidade de jogar toda uma bossa de utilizar a entrada pela parte de cima (em frente ao Mercado da Ribeira), já fiquei imaginando mil coisas né, qual a primeira coisa que julhinha foi procurar? legislação, CLARO!

O Terreno tá inserido na ZEPC 1 (Zona Especial de Proteção Cultural), na área de Conjunto Monumental e AINDA no SRR - Setor Residencial Rigoroso! E tá lá, bem lindo pra quem quiser ler na Lei de Sítio Histórico de Olinda ( 4849_1992 ) :

 Art. 52 - No Setor Residencial Rigoroso e no Setor Cultural do Alto da Sé não serão permitidas construções novas.

:~~~~ ~~~ morri, tchau, cabou TFG!


Mas será possível que a pessoa não ia achar nada que desse certo? Então, foi numa das idas a SEPAC de Olinda que conversei com um dos arquitetos de lá, André Pina, ele tentou me convencer de não burlar a lei e fazer o projeto de qualquer jeito, ele sugeriu: " temos tantos casarões abandonados, porque vc não utiliza um deles", nem escutei ele falar isso e fui embora desesperançada!


Fim de semana desses teve aula de Intervenções em Sitios Historicos, na própria Olinda com nosso querido professor Antenor (foto), cheguei cedo por algum motivo e encontrei o professor lá, falei da minha angústia com o TFG e todo o problema que havia me ocorrido e ele falou já apontando "olha ali sua solução, lhe ajudo no que você precisar", era a mesma coisa que o arqutieto da SEPAC havia me sugerido, mas dessa vez eu escutei e fiquei pensando um bom tempo. Na verdade foi medo do desconhecido, conhecer tão pouco sobre intervenção em monumento histórico e já encarar assim no TFG, continuei pensando! Afinal, vi que não tinha motivo pra não fazer assim, eu tenho a faca e o queijo na mão! A idéia é utilizar um casarão, abandonado há 9 anos, onde já funcionou um hospital e sua ultima função foi abrigar a orquestra sifônica de Olinda (isso são informações que pesquei na aula de Antenor, ainda não fui pesquisar a história do casarão propriamente dito), ele fica ali na Praça da Preguiça, no coração do carnaval Olindense, na porta de entrada da cidade, gente, eu não tenho porque não fazer ali!

E quer saber? tô adorando encarar esse tema "novo" pra mim agora, já no final do curso, acho que vai dar pra tirar coisa boa disso tudo!

cansei =~ e foi mal pelas imagens toscas aí eheheh

xeros!


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O tal...

Um post duplo só pra começar né...num ia deixar o povo aqui à ver navios sobre o tema desse buruçú todo.. Mas só pra explicar uma coisa pra alguem que venha a ler isto um dia, eu to sendo totalmente chata (no bom sentido, eu sou realmente muito chata com meus trabalhos de faculdade) e explicativa nesse blog, juro que não sou essa pessoa tosca que possa vir a parecer ser

Então em arquitetura é assim...chegou no 9° semestre (no meu caso 13°, é, vou me formar em 14 semestres e não em 10 como é o normal, isso tudo por conta da transferência de facul e do intercâmbio pra Espanha!) prepare-se, você irá começar o temido Trabalho de Graduação, trabalho este que vai te acompanhar por 1 ano. Tem quem simplifique, tem quem complique, enfim, cada um do seu jeito. Eu sou complicada por natureza, admito, e não sossego até chegar numa coisa que eu realmente goste, que eu realmente vá ter vontade de ficar trabalhando por 1 ano.

Lembro do primeiro tema que havia pensado pro meu TFG, a idéia era um Centro Cultural Roberto Burle Marx, um lugar para difundir as artes (paisagismo, pintura, culinária...) do nosso famoso paisagista, mas não, a idéia não foi pra frente, isso faz muito tempo, em janeiro eu acho. Aí que fiquei o 1° semestre de 2010 inteiro ao Deus dará, nem lembrava que ia fazer tfg logo mais nem nada e fui levando tranquila. Até que chega o dia da matrícula e eu lembro desse danado, e quem me conhece sabe, EU SOU MUITO DESESPERADA! Assim mesmo, no melhor estilo mauriciocapslockiano de ser! começou a maratona em busca de temas que me agradassem, e por muito tempo assim ficou, só na busca... fiquei querendo fazer um SESC Cultura e Lazer, comecei a pesquisar, pesquisar, fui conversar com quem eu achava que ia me orientar no trabalho...mas não tava convencida! ainda bem!

Ao meu tema final eu cheguei por vontade própria. Quando ia conversar com amigos sobre isso todos diziam: "pensa numa coisa que tu gosta". É meio tosco como eu cheguei nesse tema, mas a primeira coisa que me vinha na cabeça quando me faziam essa pergunta era: "eu gosto de viajar" e ponto. Daí que comecei a pensar porque que eu viajo tanto? em busca de que? o que eu faço quando vou à cidades novas, e aí foi saindo meus pensamentos, eu viajo porque eu gosto de conhecer a cultura dos lugares, sempre que viajo vou a museus, gosto de ir a lugares que as pessoas daquela cidade frequentam, enfim... Aí fui pensando o que fazem os turístas quando chegam na minha cidade? pra onde aqueles onibus da cvc levam essa galera? e o povo mais independente, comofas? cheguei a conclusão que na minha cidade, um lugar tão rico em cultura, não existe um lugarzinho sequer pra onde os turistas possam ver o mínimo disso!  CLARO!

Mas como eu mesma falei, Pernambuco um lugar muito rico culturalmente, fazer um Museu da cultura Pernambucana ia ser uma coisa muito abrangente e clichê, queria me aprofundar mais num assunto e não simplesmente montar um programa de necessidades de um museu e fazer meu projetinho basiquinho, NÃO! A inspiração veio num domingo à tarde, durante um ensaio do maracatu quando estavamos discutindo quem ia querer tocar no carnaval, AÊ! foi uma coisa linda na hora cheguei em casa frenética já pesquisando coisas!

Então é isso o tema do TFG é um Museu do Carnaval de Pernambuco, ou não, ainda tô pensando em restringir mais, ainda não sei se será um museu propriamente dito..

tem muita coisa pra escrever aqui...mas vou soltando aos poucos...porque texto grande né? cansa!

Mais de mil palhaços no salão...

Antes de mais nada a pessoa tem que se apresentar ?
Eu sou Julia...não gosto de ser chamada pelo meu nome, prefiro , o Júlia me soa muito sério, utilizem apenas para me dar broncas. Sou aluna de Arquitetura da UFPE, agora, já passei pela UNICAP e pela UVa, depois de trancos e barrancos, em agosto de 2010, finalmente, dei início ao meu TFG, mentira ínicio mesmo só foi há umas 3 semanas, mas vamo considerar ?


Acho complicado essa história de blog...atualizar blog, querer que as pessoas vejam o seu blog e bla bla bla, definitivamente não é o que eu quero com este, também não quero ficar me predendo a layout e enfeitar essa página..tenho paciencia não!

A idéia pro tema do meu trabalho eu prefiro contar à parte, mas a idéia de criar esse blog surgiu hoje de tarde...enquanto estava enfurnada na biblioteca do CAC (Centro de Artes e Comunicação da UFPE). Senti muita necessidade de simplesmente escrever sobre o meu processo de trabalho, sei lá, acho que isso pode me ajudar no futuro, um diário de acontecimentos, uma publicação para interessados no tema...enfim..deu vontade e fiz!

Só pra explicar o nome do blog, ele vem da marchinha Máscara Negra (Zé Keti - Pereira Mattos, 1966):
Quanto riso oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da
colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no
carnaval que passou
Eu sou aquele
pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é
carnaval
Não me levem a mal... mas esse tal de carnaval já tá na minha mente faz tempo!