Escolher o lugar do TFG foi o pior de tudo, acho que até pior que escolher o tema em si, eu, definitivamente, tinha uma grande problemas em mãos hehehehe... A primeira coisa que eu pensei foi qual lugar os turistas costumam frequentar? qual o lugar mais turístico de Recife? RECIFE ANTIGO CLARO (Figura 01)!

Local de maior concentração de manifestações de qualquer espécie nessa cidade! Local que nasceu o Recife, lugar de grande importância histórica e tal. É pra lá que a galheres toda vai, é LÁ que acontece o carnaval da cidade, MARCO ZERO galheres, que obvio! então tá, fui atrás de possíveis terrenos naquela região, pesquisei, pesquisei, pesquisei...acabei por me deparar com 4 terrenos que me trariam soluções projetuais totalmente distintas, claro, mas eu falo mais na questão de escolha de programa e dimensionamento, os terrenos são totalmente diferentes em relação a área e levando em consideração que estão todos atingidos pela mesma legislação urbanistica com coeficiente de utilização super baixo. Os terrenos estão listados na imagem abaixo:
1 - Terreno na Av. Barão de Rio Branco, com 584m²
2 - Terreno em frente ao Downtown Pub (esqueci a área agora)
3 - Terreno em frente ao Armazem 14 com 852m²
4 - Terreno ao lado do Armazem 14 com 3655m²
Bem seguindo a Lei de uso e ocupação do Solo do Recife os 4 terrenos estão inseridos na ZEPH - Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural e no SPR - Setor de Preservação Rigorosa - O SPR é constituído por áreas de importante significado histórico e/ou cultural que requerem sua manutenção, restauração ou compatibilização com o sítio integrante do conjunto. Os terrenos estão inseridos, ainda no SIC - Setor de Intervenção Controlada o que me condiciona à um coeficiente de utilização de 2,4!
Não cheguei a realizar um pré-dimensionamento de área do meu projeto mas essas diretrizes urbanísticas poderiam me limitar demais, no caso de escolher os terrenos 1, 2 ou 3, já no caso do terreno 4 eu teria que desconsiderar totalmente as legislações em vigor, já que segundo ela, nesse caso, eu teria que ter um recuo de 25m (se não me engano) das frentes d'água eeerrrr, bem complicado como vocês podem ver!
Não tava convencida : ~~~ tava faltando alguma coisa pra mim!
Mas foi num encontro aleatório com um professor da UFPE que tudo mudou! Quando falei o tema do TFG pra ele, ele automaticamente associou o tema à um lugar e falou; " que tema ótimo, Olinda tá precisava de ter sua cultura divulgada" dãããã CLARO MINHA GENTE! Olinda, como eu não tinha pensado nisso antes? hein? hein?
Olinda e Recife (figura 03) eu considero uma coisa só, Olinda é quase um bairro de Recife pra mim, de tão perto que são. Fico arretada quando alguém fica espantado quando digo que vou ali em Olinda tomar um licorzinho em Seu Fernando, peraí po, aqui do lado.

Então, Olinda né? dei pulinhos de alegria quando fiquei imaginando meu TFG lá, gosto demais daquela cidade! Recomecei a luta em busca de terrenos. Pra mim teria que ser algo no sítio histórico mesmo, não pensei em outra coisa. Daí pensei de cara num terreno mega fera e super desafiador, do jeito que eu gosto, tô sem imagem aqui, mas pra quem connhece era aquele terreno em frente ao MAC ( Museu de Arte Contemporânea de Olinda), aquele ali inclinadinha, bonitinho, que no carnaval todo mundo corre pra lá pra se abrigar na sombra das árvores. Pois bem, a idéia era criar uma praça ali no lugar das árvores, pra continuar cumprindo sua função e logo mais pra cima tem um terreno da COMPESA, todo murado e que não tem nada dentro! O terreno é uma jóia, ainda teria a possibilidade de jogar toda uma bossa de utilizar a entrada pela parte de cima (em frente ao Mercado da Ribeira), já fiquei imaginando mil coisas né, qual a primeira coisa que julhinha foi procurar? legislação, CLARO!
O Terreno tá inserido na ZEPC 1 (Zona Especial de Proteção Cultural), na área de Conjunto Monumental e AINDA no SRR - Setor Residencial Rigoroso! E tá lá, bem lindo pra quem quiser ler na Lei de Sítio Histórico de Olinda ( 4849_1992 ) :
Art. 52 - No Setor Residencial Rigoroso e no Setor Cultural do Alto da Sé não serão permitidas construções novas.
:~~~~ ~~~ morri, tchau, cabou TFG!
Mas será possível que a pessoa não ia achar nada que desse certo? Então, foi numa das idas a
SEPAC de Olinda que conversei com um dos arquitetos de lá, André Pina, ele tentou me convencer de não burlar a lei e fazer o projeto de qualquer jeito, ele sugeriu: " temos tantos casarões abandonados, porque vc não utiliza um deles", nem escutei ele falar isso e fui embora desesperançada!

Fim de semana desses teve aula de Intervenções em Sitios Historicos, na própria Olinda com nosso querido professor Antenor (foto), cheguei cedo por algum motivo e encontrei o professor lá, falei da minha angústia com o TFG e todo o problema que havia me ocorrido e ele falou já apontando "olha ali sua solução, lhe ajudo no que você precisar", era a mesma coisa que o arqutieto da SEPAC havia me sugerido, mas dessa vez eu escutei e fiquei pensando um bom tempo. Na verdade foi medo do desconhecido, conhecer tão pouco sobre intervenção em monumento histórico e já encarar assim no TFG, continuei pensando! Afinal, vi que não tinha motivo pra não fazer assim, eu tenho a faca e o queijo na mão! A idéia é utilizar um casarão, abandonado há 9 anos, onde já funcionou um hospital e sua ultima função foi abrigar a orquestra sifônica de Olinda (isso são informações que pesquei na aula de Antenor, ainda não fui pesquisar a história do casarão propriamente dito), ele fica ali na Praça da Preguiça, no coração do carnaval Olindense, na porta de entrada da cidade, gente, eu não tenho porque não fazer ali!
E quer saber? tô adorando encarar esse tema "novo" pra mim agora, já no final do curso, acho que vai dar pra tirar coisa boa disso tudo!
cansei =~ e foi mal pelas imagens toscas aí eheheh
xeros!